Diário de Mercado - 24.01.2017
Em antecipação a feriado nos mercados e com fraca agenda, houve ausência de direcionamento
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
A 3ª feira foi de pouca agitação nas mesas de operações domésticas. Com a ausência de Trump, bem como de desdobramentos políticos domésticos nos holofotes, os investidores apenas reajustaram suas posições, antecipando-se ao feriado da 4ª feira em virtude do aniversário da cidade de São Paulo, quando os mercados estarão fechados.
A também pouco representativa agenda econômica sacramentou um dia de parcas mudanças.
Mercado de Ações.
A postura de cautela que costuma preceder um dia de mercado acionário fechado se manifestou na sessão. Favorecido pela boa performance da dobradinha Petrobras e Vale, mas contrabalançado por quedas do setor financeiro, ao término do pregão, o Ibovespa findou aos 65.840 pontos (+0,14%), acumulando +2,04% na semana, +9,32% no mês (e no ano) e +73,12% em 12 meses.
Corroborando a forte alta verificada no mês, o volume de recursos líquidos estrangeiros verificados até a última sexta-feira dia 20 registrava um ingresso de R$ 3,54 bilhões na Bovespa.
O giro financeiro da bolsa nesta 3ª feira foi de R$ 9,04 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 8,64 bilhões.
Agenda Econômica.
Domesticamente, foram destaques os indicadores relativos ao setor externo, apurados pelo Banco Central. O Investimento Direto no País (IDP) em 2016 somou US$ 78,93 bilhões, marcando o maior valor, desde 2014, ano no qual US$ 96,9 bilhões foram investidos.
Em 2015, o volume foi de US$ 75,08 bi. Com o resultado, o volume do IDP ficou em 4,36% do PIB). Já o saldo em conta corrente brasileiro em 2016 foi negativo em US$ 23,51 bilhões e representou, apesar do déficit, o melhor resultado anual desde 2007 (então 408 milhões, superavitário) e 1,30% do PIB.
Já a balança comercial do ano passado registrou um superávit de US$ 45,04 bilhões, ao passo que a conta de serviços ficou negativa em US$ 30,45 bi, enquanto a conta de renda primária marcou déficit de US$ 41,06 bilhões, e, por fim, a conta financeira ficou no vermelho em US$ 16,20 bilhões.
Nos EUA, dados do setor imobiliário evidenciaram algum esfriamento no mês de dezembro. A venda de casas existentes atingiu 5,49 milhões de unidades, desacelerando ante o dado de novembro (5,61 milhões) e vindo abaixo das projeções dos analistas (consenso: 5,52 milhões).
Em diversas regiões, foi divulgada a prévia do PMI (Purchasing Managers Index) da manufatura de janeiro, mensurado pela consultoria Markit.
Com exceção da França, onde o indicador apresentou ligeiro recuo (de 53,5 para 53,4), houve avanço no apetite por parte dos responsáveis pelas compras nas empresas dos EUA, Alemanha e Zona do Euro, com os indicadores assim variando, respectivamente: 54,3 para 55,1; 55,6 para 56,5 e 54,9 para 55,1.
Vale lembrar que, de acordo com a metodologia do índice, dados acima de 50 representam um viés expansionista por parte dos gerentes de compras nas empresas, e, abaixo de 50, representa retração. O PMI da manufatura brasileiro, cujo último dado data de 2 de janeiro, está em 45,2.
Juros.
A proximidade do feriado no meio da semana desestimulou montagens de posições por parte dos agentes, levando os contratos a encerrarem as negociações majoritariamente estáveis, ante seus fechamentos anteriores, mantendo a estrutura a termo da curva de juros praticamente inalterada.
Dólar e CDS.
Apesar de mais uma operação de swap pelo Bacen, a moeda norte-americana valorizou-se perante o real na sessão. Entre variações positivas e negativas, a divisa encerrou cotada a R$ 3,1700 (0,07%), acumulando -0,26% na semana, -2,60% no mês (e no ano) e - 22,69% em 12 meses.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 253 pts, ante 252 pts na véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado em 23.01.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Reis, CNPI-P, do BB Investimento